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Monteiro Lobato.


O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos, José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP).
Sua mãe o alfabetizou, teve depois um professor particular e aos sete anos entrou num colégio. Aos 15 anos perde seu pai, vítima de congestão pulmonar e aos 16 anos sua mãe. Aos 18 anos entra para a Faculdade de Direito por imposição do avô, pois preferia a Escola de Belas-Artes. É anticonvencional por excelência, diz sempre o que pensa, agrade ou não. Defende a sua verdade com unhas e dentes, contra tudo e todos, quaisquer que sejam as consequências. Em 1904 diploma-se Bacharel em Direito, em maio de 1907 é nomeado promotor em Areias, casando-se no ano seguinte com Maria Pureza da Natividade (Purezinha), com quem teve os filhos Edgar, Guilherme, Marta e Rute. Vive no interior, nas cidades pequenas sempre escrevendo para jornais e revistas, Tribuna de Santos, Gazeta de Notícias do Rio e Fon-Fon para onde também manda caricaturas e desenhos. Em 1911, morre seu avô, o Visconde de Tremembé, e dele herda a fazenda de Buquira, passando de promotor a fazendeiro. A geada, as dificuldades, levam-no a vender a fazenda em 1917 e a transferir-se para São Paulo. Mas na fazenda escreveu Jeca Tatu, símbolo nacional. Compra a Revista Brasil e começa a editar seus livros para adultos.
 Surge a primeira editora nacional Monteiro Lobato & Cia, que se liquidou transformando-se depois em Companhia Editora Nacional sem sua participação. Antes de Lobato os livros no Brasil eram impressos em Portugal; com ele inicia-se o movimento editorial brasileiro.
Em 1920 lançou A MENINA DO NARIZ ARREBITADO, com desenhos e capa de Voltolino, conseguindo sua adoção em escolas e uma edição recorde de 50.000 exemplares.
Em 1931, volta dos Estados Unidos, pregando a redenção do Brasil pela exploração do ferro e do petróleo. Começa a luta que o deixará pobre, doente e desgostoso. Havia interesse oficial em se dizer que no Brasil não havia petróleo. Foi perseguido, preso e criticado porque teimava em dizer que no Brasil havia petróleo e que era preciso explorá-lo para dar ao seu povo um padrão de vida à altura de suas necessidades. Já em 1921, dedicou-se à literatura infantil. Retorna a ela, desgostoso dos adultos que o perseguem injustamente. Em 1945, passou a ser editado pela Brasiliense onde publica suas obras completas, reformulando inclusive diversos livros infantis.
Em 5 de julho de 1948, perde-se esse grande homem, vítima de colapso, na Capital de São Paulo.

 Obras.

Literatura Infantil.

 1920 - A menina do narizinho arrebitado 
1921 - Fábulas de Narizinho 
1921 - Narizinho arrebitado 
1921 - O Saci
1922 - O marquês de Rabicó 
1922 - Fábulas 
1924 - A caçada da onça 
1924 - Jeca Tatuzinho
 1924 - O noivado de Narizinho 
1927 - As aventuras de Hans Staden 
1928 - Aventuras do príncipe 
1928 - O Gato Félix 
1928 - A cara de coruja 
1929 - O irmão de Pinóquio 
1929 - O circo de escavalinho 
1930 - Peter Pan 
1930 - A pena de papagaio 
1931 - Reinações de Narizinho 
1931 - O pó de pirlimpimpim 
1932 - Viagem ao céu 
1933 - Caçadas de Pedrinho
 1933 - Novas reinações de Narizinho 
1933 - História do mundo para as crianças 
1934 - Emília no país da gramática 
1935 - Aritmética da Emília 
1935 - Geografia de Dona Benta 
1935 - História das invenções 
1936 - Dom Quixote das crianças
 1936 - Memórias da Emília
 1937 - Serões de Dona Benta 
1937 - O poço do Visconde 
1937 - Histórias de Tia Nastácia 
1938 - O museu da Emília 
1939 - O Pica-pau Amarelo 
1939 - O Minotauro 
1941 - A reforma da natureza 
1942 - A chave do tamanho 
1944 - Os doze trabalhos de Hércules 
1947 - Histórias diversas

 Outras obras - temática adulta 

O Saci Pererê: resultado de um inquérito (1918) 
Urupês (1918) 
Problema vital (1918) 
Cidades mortas (1919) 
Idéias de Jeca Tatu (1919) 
Negrinha (1920)
A onda verde (1921) 
O macaco que se fez homem (1923)
 Mundo da lua (1923) 
Contos escolhidos (1923)
O garimpeiro do Rio das Garças (1924) 
O choque (1926) 
Mr. Slang e o Brasil (1927) 
Ferro (1931)
 América (1932)
 Na antevéspera (1933) 
Contos leves (1935) 
O escândalo do petróleo (1936)
 Contos pesados (1940)
 O espanto das gentes (1941) 
Urupês, outros contos e coisas (1943)
A barca de Gleyre (1944)
 Zé Brasil (1947)
 Prefácios e entrevistas (1947)
 Literatura do minarete (1948) 
Conferências, artigos e crônicas (1948)
 Cartas escolhidas (1948) 
Críticas e Outras notas (1948) 
Cartas de amor (1948)

O Sítio do Pica-pau Amarelo.

A saga do Sítio do Pica-pau Amarelo começou em 1921, com a publicação de Narizinho Arrebitado. Outros viriam, como O Saci (1921), Fábulas de Narizinho (1921), O Marquês de Rabicó (1922), O Noivado de Narizinho (1927), Reinações de Narizinho (1931), As Caçadas de Pedrinho (1933), Emília no País da Gramática (1934), Geografia de Dona Benta (1935), Histórias de Tia Anastácia (1937). Nessas obras, percebe-se além de uma imaginação poderosa um sentimento de nacionalismo e de apego ao rural.
A série Sítio do Pica-pau Amarelo faria enorme sucesso nas décadas de 70 e 80.
Para Monteiro Lobato seus personagens: como Narizinho Arrebitado lança o Sítio do Pica-pau Amarelo e seus célebres personagens.
Através de Emília diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa critica o sábio que só acredita nos livros já escritos.
Dona Benta é o personagem adulto que aceita a imaginação criadora das crianças, admitindo as novidades que vão modificando o mundo, Tia Nastácia é o adulto sem cultura, que vê no que é desconhecido o mal, o pecado. Narizinho e Pedrinho são as crianças de ontem, hoje e amanhã, abertas a tudo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas sempre acreditando no futuro.

O Pica-pau Amarelo

O Pica-pau Amarelo teve uma segunda edição em 1939. Nele Lobato narra às aventuras dos personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo quando lá se instalam os personagens do mundo da fábula. De forma exemplar, este livro mistura, na mitologia brasileira do sítio, personagens das mais variadas origens fantásticas: de personagens da mitologia grega como a Medusa e Netuno ao literário Dom Quixote e ao moderníssimo Capitão Gancho, passando pela tradição do conto de fadas com Cinderela e o Pequeno-Polegar e pelo oriental Mil-e-Uma-Noites.

Memórias da Emília:

Editado em 1936, Memórias da Emília é um dos livros que mais diretamente abordam questões relativas à escrita; as memórias da Emília são escritas pelo Visconde de Sabugosa, revistas e corrigidas pela boneca. O livro, em última análise, discute os limites da realidade e da ficção, da história e do romance. Quanto a seu enredo, narra alguns episódios relativos à permanência do anjinho Flor-das-Alturas no Sítio do Pica-pau Amarelo: as visitas das crianças inglesas, a fuga do anjinho de volta à Via Láctea, a hipotética viagem de Emília com o anjinho e o Visconde à Hollywood de Shilrey Temple. Mas, mais do que isso, o livro narra-se a si mesmo, isto é, narra o processo de escritas das Memórias. Tanto na visita das crianças inglesas, que trazem de contrapeso Popeye e o Capitão Gancho, como na permanência de Emília em Hollywood, ilustra-se magnificamente a expansão do universo fantástico de Lobato, que incorpora elementos de outras mitologias, de outros mundos fantásticos, podendo mesmo ser visto como uma “colagem”, tão ao gosto modernista.

O Saci:

Publicado pela primeira vez em 1921, O Saci, então um livrinho de 38 páginas, é um dos livros de Lobato que mais direta e ostensivamente incorpora elementos da cultura brasileira. Seguindo conselhos de tio Barnabé, Pedrinho prende um saci numa garrafa e, através dele, é iniciado nos mistérios dos personagens folclóricos da mata brasileira. Posteriormente, a ajuda do saci é decisiva na libertação de Narizinho, capturada pelo Cuca. A história, conduzida linearmente, tem um forte lastro didático: várias conversas entre Pedrinho e o Saci funcionam como debates sobre assuntos relativos à superioridade do homem no reino da Natureza.

Caçadas de Pedrinho:

Publicado inicialmente em 1933 pela Cia. Editora Nacional, este livro é o desenvolvimento de A Caçada da Onça, editado pela primeira vez em 1924 pela Editora Monteiro Lobato. Em sua versão definitiva, o livro constitui-se de duas histórias: na primeira, a captura de uma onça provoca a invasão do sítio por onças, jaguatiricas, iraras e cachorros do mato. Os personagens conseguem escapar graças a uma ideia da Emília: pernas-de-pau e granada de vespas. A segunda história narra a chegada ao sítio do rinoceronte Quindim, fugido de um circo. Narra também as tentativas de captura do animal, por parte de forças do governo, e não deixa dúvida quanto à visão crítica de Lobato em relação à ineficiência da burocracia estatal.

A Chave do Tamanho:

Publicada em 1942, esta obra pode ser considerada como uma alegoria: pretendendo acabar com a guerra, Emília, por engano, reduz a estatura dos seres humanos para alguns centímetros, obrigando a humanidade, assim, a criar uma nova civilização.
As intenções revolucionárias da boneca, no entanto, tornam-se frustradas por um plebiscito, que vota pelo restabelecimento da estatura antiga. Talvez seja interessante o estabelecimento de um paralelo entre o livro e A Reforma da Natureza e este: no livro anterior, a repercussão dos atos “revolucionários” no mundo exterior ao sítio é bem menor, de consequências menos - digamos - vitais. A Chave do Tamanho, assim pode constituir uma espécie de chegada da ficção de Lobato, que nunca abandona preocupações didáticas.

Personagens.

Saci.

Nas cidades e nas roças, todo mundo tem medo de Saci. É um perneta muito safado que adora fazer estripulias nos terreiros das fazendas e assustar os animais no pasto. Pedrinho, que não tem medo de nada, conseguiu caçar um com a peneira e colocá-lo na garrafa, como ensinou um velho caboclo das vizinhanças. Mas logo devolveu a liberdade ao Saci e ficaram amigos. O Saci ensinou a Pedrinho os segredos da floresta.

Cuca.

É uma horrenda bruxa que mora numa caverna escura. Tem cara de jacaré e garras nos dedos como os gaviões. Velha como o tempo, dorme uma noite a cada sete anos. Quando fica brava, dá para ouvir o seu urro de raiva a 10 léguas de distância. Um dia ela raptou e encantou a Narizinho. Pedrinho, com ajuda do Saci, conseguiu o fio de cabelo de uma Iara e quebrou o encanto.

Dr. Caramujo.

Grande médico, o doutor Caramujo, de doença entende tudo. Cura qualquer coisa com suas pílulas milagrosas. Curou o Príncipe Escamado, curou o pinto sura, a Sardine e curou até a "tosse de cachorro" que atormentava a Tia Nastácia. Foi o doutor Caramujo quem deu à Emília a capacidade de falar.

Príncipe Escamado.

É príncipe e rei do Reino das Águas Claras. Anda em carruagem puxada por cavalos marinhos, tem um exército de peixes espada. Ficou noivo da Narizinho e levou toda a turma para conhecer as maravilhas do fundo do mar.

Quindim.

É um rinoceronte enorme que fugiu de um circo de cavalinhos no Rio de Janeiro e foi parar nas matas do Sítio de dona Benta. No começo só a Emília sabia onde ele estava. Antes de entrar para a turma do Pedrinho deu muito trabalho, assustando muita gente. Depois amansou, enturmou e foi batizado de Quindim, um verdadeiro craque na gramática.

Narizinho.

Lúcia é a neta da dona Benta e mora com ela na casa grande do Sítio do Pica-pau Amarelo. Por causa de seu nariz arrebitado todo mundo a chama de Narizinho. Ela adora pipoca e já sabe
fazer os bolinhos de polvilho da Tia Nastácia. Ela atua como uma rainha do Sítio, mas, contente mesmo, só quando o Pedrinho vem de férias e os dois participam de grandes aventuras.

Rabicó.

Esse porquinho salvou-se de ir para o forno porque Narizinho brincava com ele desde pequenino. Foi batizado de Rabicó porque só possuía um toquinho de cauda. Só pensa em comer. Entrou pra turma, virou marquês, e participa de todas as aventuras.

Pedrinho.

É o neto querido de Dona Benta, o primo querido de Narizinho. Tem 10 anos, mora e estuda na cidade e o que mais gosta no mundo é passar as férias no sítio da vovó. Adora também café com bolinho de frigideira preparados pela Tia Nastácia. É um menino de grande coragem. Não tem mesmo medo de nada. Quando apareceu uma onça, ele organizou uma caçada e trouxe a bicha morta. Foi o único que conseguiu pegar um Saci e conhecer os mistérios da noite na floresta.

Emília.

É uma boneca de pano feita pela Tia Nastácia, com olhos de retrós preto, sobrancelhas lá em cima. Era muda até que engoliu a pílula da fala inventada pelo doutor Caramujo. A partir daí, fala como uma matraca. Emília é muito independente, a tal ponto que ela mesma se auto define como "independência ou morte". É também uma filósofa que acredita que "a verdade é uma espécie de mentira bem pregada das que ninguém desconfia".

Anjinho.

É um anjinho de verdade mesmo, desses que vivem no Céu. Ele chegou no Sítio com a asa quebrada e foi ficando. Emília dizia que ele era dela. Deu confusão no Sítio porque todos queriam estar com ele. Até gente de fora começou a aparecer no sítio para ver o Anjinho. Sua fama correu o mundo. Até o Rei da Inglaterra mandou um almirante com um bando de crianças para ver o fenômeno.

Dona Benta.

Dona Benta Encerrabodes de Oliveira, uma grande mestra na geografia. Essa senhora com cerca de 60 anos é dona do Sítio do Pica-pau Amarelo, um lugar muito bonito, com uma casa grande, muito antiga onde tudo é muito amplo e fresco. Ela mora aí com a Tia Nastácia, que cuida da cozinha e da limpeza da casa e sua neta Lúcia, que todo mundo conhece como Narizinho. Pedrinho, outro neto de Dona Benta, não troca o sítio por nenhum outro lugar do mundo para passar suas férias. Nesse sítio acontecem as coisas mais incríveis. Até petróleo encontraram. Furaram um poço com uma produção de 500 barris por dia. Com isso, de uma hora, para outra Dona Benta que era pobre virou rica.

Tia Nastácia.

A melhor quituteira deste e de todos os mundos que existem. Ela cozinhou até para São Jorge, na Lua. Quem comia uma vez os seus bolinhos não podia nem sequer sentir o cheiro de bolos
feitos por outras cozinheiras. Além de cuidar da cozinha, ela é uma faz-tudo na casa. Foi ela quem praticamente criou a Narizinho, e quem fez a Emília. É uma grande contadora de estórias. A turma do sítio adora ficar à noite ouvindo seus " causos ", comendo rosquinha de polvilho.

Visconde.

Foi feito de um sabugo de milho, com umas palhinhas no pescoço, usa cartola na cabeça e tem um sinal de coroa na testa. Por isso é o Visconde de Sabugosa. Um verdadeiro sábio. Estuda muito. Quase morreu empanturrado de álgebra. Ensina geografia e geologia pra turma e ajudou a descobrir petróleo nas terras do sítio.

Foco narrativo.

O foco narrativo é 3º pessoa
.
Espaço.

No sítio do Pica-pau Amarelo, na maior parte do tempo.

Tempo.

Não consta.

Retirado dos site: http://www.suapesquisa.com/biografias/monteirolobato/

http://www.projetomemoria.art.br/MonteiroLobato/sitiodopicapau/index.html

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/monteiro-lobato-pai-faz-de-conta-nacional-637335.shtml

http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/PreModernismo/Monteiro_Lobato_O_Sitio_do_Pica_Pau_Amarelo.htm

 http://www.vidaslusofonas.pt/monteiro_lobato.htm




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