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Saci.


Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Mati-taperê, Matiaperê, Matimpererê, Matintaperera, Capetinha da Mão Furada, etc.
Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo. Em Portugal há relatos de uma entidade semelhante, que usa botas vermelhas. Há também variantes dessa entidade, na Argentina, Uruguai e Paraguai (Yasy Yateré), que é pequeno, gordo, vermelho e usa um bastão mágico dourado. Na Alemanha existe um anão chamado Kobolde, cujas características, de moleque travesso, são idênticas. Nenhum dos cronistas do Brasil colonial registrou o Saci como é conhecido no Sul do país. Mais ainda, nenhum deles o inclui como uma das curiosidades da terra recentemente descoberta.
O Saci, ou Saci-pererê, é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro, que teve sua origem presumida entre os indígenas da região das Missões, no Sul do país, por onde se espalhou em sua quase totalidade.
A figura do Saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou gracioso, conforme as versões comuns ao sul.
Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, e da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.

Quem é o saci.

O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.
O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assustando viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.
Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para capturá-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer a seu “proprietário”.
Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.
A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.
Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitidas nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em vários momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.

Representação.

O Saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe confere poderes mágicos. Sobre este último caractere é de notar-se que já na mitologia romana registrava Petrônio, no Satiricon, que o píleo conferia poderes ao íncubo e com recompensas a quem o capturasse.
Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assobios - bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; faz as cozinheiras queimarem as comidas; ou aos viajores se perderem nas estradas.
Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Dizem que ele não suporta o alho. Há ainda uma variante que diz que ele pode aumentar ou diminuir de tamanho quando quiser. Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai. Normalmente é descrito como sendo, negrinho, lustroso, sem pelos no corpo nem na cabeça; dois olhos vivos e vermelhos; sua altura não passa de meio metro, pula com grande agilidade numa só perna, possui dentes brilhantes e brancos. Orelhas como de
morcego, carapuça vermelha. Quando vê gente assobia. Adora assobiar de surpresa aos ouvidos dos viajantes, deixando-os desorientados pelo susto. Dizem também que ele, na verdade eles, uns bandos de Sacis costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. Ele ainda tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave. Para os Paraenses o Saci é a Mati-taperê, ou Matinta-Pereira. Em 1875, entre os índios Munducurus, já existia a tradição. O mais comum é que o Saci é relatado com apenas brincalhão e malicioso, mas nunca malvado. Tanto, que são notórias suas gargalhadas a cada travessura praticada.
O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.

Papel do mito.

A função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, mezinhas, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.
Como suas qualidades eram as da farmacopéia, também era atribuído a ele o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas.

O Saci na arte e literatura.

O primeiro escritor a se voltar para a figura do Saci-Pererê foi Monteiro Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de São Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica - Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam às versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi à publicação, no ano seguinte, da obra Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.
Com a transposição dos textos de Lobato para a Televisão, o Saci deixou o imaginário para ser personificado numa figura de carne e osso.
Existe um documentário sobre o Saci feito por Sylvio do Amaral Rocha e Rudá K. Andrade. Somos Todos Says refaz o caminho do Inquérito de Lobato e re-significa o mito hoje. Fruto de longa pesquisa em comunidades rurais, vilas e pequenas cidades do Vale do Paraíba, Vale da Ribeira e da região de Botucatu, o filme dá voz a pessoas que dizem ter visto ou ouvido sacis. Rudá e Sylvio ficaram um ano e meio na realização do projeto, reduzindo o material recolhido para 50 minutos. A pré-estréia de “Somos todos Sacys” ocorreu no MIS, em 27 de abril de 2005. Dois dias depois, foi exibido pela Rede STV (Sesc Senac). O Documentário está disponível na internet.

Dia do Saci.

Em 2005 foi instituído o Dia do Saci no Brasil, comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Halloween.

Curiosidades.
 
*O saci, por suas características, é o símbolo da Seção de Instrução Especial da Academia Militar das Agulhas Negras, localizada em Resende.

*O saci é o mascote do time gaúcho Sport Club Internacional.

Retirado do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saci

http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm

http://sitededicas.uol.com.br/folk01a.htm

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