O Golem é um dos mais fascinantes mitos judeus. É feito de barro à imagem do homem, tendo como propósitos a proteção da comunidade judaica e a realização de trabalhos braçais. Embora haja citações na Bíblia Hebraica e no Talmud, o primeiro relato sobre o golem que se tornou famoso foi escrito no início do século XIX.
O Golem é um ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo, particularmente à cabala, que pode ser trazido à vida através de um processo divino. A palavra golem na Bíblia serve para se referir a um embrião ou substância incompleta: o Salmo 139:16 usa a palavra gal'mi, significando "minha substância ainda informe".
O golem é uma possível inspiração para outros seres criados artificialmente, tal como os homúnculos na alquimia e do romance moderno Frankenstein, obra de Mary Shelley.
No folclore judaico, o golem é um ser animado que é feito de material inanimado, muitas vezes visto como um gigante de pedra. No hebraico moderno a palavra golem significa "tolo", "imbecil", ou "estúpido". O nome é uma derivação da palavra gelem, que significa "matéria-prima".
As primeiras histórias de golems são mais antigas que o judaísmo. Adão é descrito no Talmud inicialmente criado como um golem quando seu pó estava "misturado num pedaço sem forma".
Como Adão, todos os golems são criados a partir da lama. Eles eram criações de pessoas santas e muito próximas de Deus.
Desde cedo se desenvolveu a noção de que a principal deficiência do golem era a sua incapacidade em falar.
Ter um golem como servo era considerado como o mais elevado símbolo de sabedoria e santidade, e existem muitos contos de golems ligados a proeminentes rabinos através da Idade Média.
Outros atributos dos golems foram sendo adicionados através dos tempos. Em vários contos, o golem tem escritas palavras mágicas ou religiosas que o tornam animado. Escrever um dos Nomes de Deus na sua testa, num papel colado em sua fronte ou numa placa de argila embaixo de sua língua, ou ainda escrever a palavra Emet (אמת, "verdade" em hebraico) na sua testa, são exemplos de algumas dessas fórmulas de animação do golem. Ao apagar a primeira letra de Emet (da esquerda para a direita, dado que é assim escrito o hebraico), formando Met (מת, "morto" em hebraico), o golem era desfeito.
A existência de um golem na maioria das histórias mostrava algo bom, mas com problemas. Embora não fosse inteligente, o golem podia fazer simples tarefas repetidamente. O problema era controlá-lo e fazê-lo parar.
Historia.
A mais famosa narrativa com um golem envolve o rabino Judá Loew ben Betzalel, de Praga, durante o século XVI. Diz-se que ele teria criado um golem para defender o gueto de Josefov em Praga contra ataques anti-semitas. A primeira publicação da história do golem apareceu em 1847 em uma coleção de contos judaicos intitulada Galerie der Sippurim, publicada por Wolf Pascheles, de Praga.
Cerca de 60 anos mais tarde, um conto de ficção foi publicado por Yudl Rosenberg (1909). De acordo com a história, o golem teria sido feito com a argila do rio Moldava que banha Praga. Seguindo as orações específicas, o rabino construiu o golem e fez com que ele ganhasse vida recitando um hino especial em hebreu e escrevendo na sua testa a palavra Emet. O golem deveria obedecer ao rabino, ajudando e protegendo o gueto judaico.
Durante o dia, o rabino escondia o golem no sótão da Antiga-Nova Sinagoga. Porém, o golem cresceu e se tornou violento e começou a matar pessoas espalhando o medo. Foi então prometido ao rabino Judá Loew ben Betzalel que a violência contra os judeus pararia se o golem fosse destruído. O rabino concordou e destruiu o golem apagando a primeira letra da palavra Emet que formaria a palavra Met.
Elementos semelhantes podem ser encontrados no romance Frankenstein de Mary Shelley.
Isaac Bashevis Singer, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, escreveu a sua versão da lenda do Golem em 1969.
O filme "O Golem - Como veio ao mundo" (Der Golem, wie er in die Welt kam), de 1920, do diretor Paul Wegener, é a adaptação cinematográfica da narrativa clássica da história ambientada em Praga do século XVI. Este filme, em que próprio Paul Wegener interpreta o papel do Golem, é considerado uma das obras-primas do Expressionismo alemão.
Retirado de:https://pt.wikipedia.org/wiki/Golem.
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